Seus deslocamentos diários podem estar afetando sua saúde! Saiba mais sobre qualidade de vida ao morar perto do trabalho (ou longe dele).
Se você tem a sensação de que está perdendo tempo demais se deslocando, não está sozinho. Uma pesquisa de 2017 da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) apontou que 3 em cada 10 brasileiros levam uma hora para chegar ao trabalho. Somando ida e volta, são duas horas diárias nesse processo.
Segundo dados do aplicativo Moovit, que traça rotas de transporte público pelo mundo, os cariocas levam, em média, 67 minutos por trajeto. Recifenses e paulistas, 62 minutos cada. Em Belo Horizonte, são 59. Isso para não falar dos números expressivos de pessoas que chegam a levar até 4 horas diárias nesse processo!
Todo esse tempo gasto não impacta apenas a produtividade, mas também a saúde do trabalhador: diversas pesquisas mostram elos entre estresse, dores no corpo e deslocamento diário.
Em outras palavras? Há melhora na qualidade de vida ao morar perto do trabalho.
Por que a qualidade de vida ao morar perto do trabalho é maior?
Em 2006, Daniel Kahneman, economista e psicólogo premiado com o Nobel, conduziu com colegas uma pesquisa sobre deslocamento para trabalho com mais de 900 mulheres no Texas, nos EUA. Em média, elas responderam que o deslocamento matinal era a pior parte de seu dia.
Fatos como esse inspiram pesquisadores de diversos campos, especialmente quando se trata de descobrir se as pessoas realmente conseguem contabilizar o que estão ganhando e perdendo em qualidade de vida ao morar perto do trabalho (ou não).
Fazendo os cálculos da mudança
Para muita gente, manter uma grande distância entre a casa e o local de trabalho é um equilíbrio de prós e contras. Pode ser por conta de uma residência maior ou mais barata, melhores escolas, maior segurança, chegar a um emprego que paga mais e por aí vai.
Ao colocar na ponta do lápis, no entanto, às vezes as variáveis não batem. Se você dirige todos os dias e mora mais longe para economizar, por exemplo, pode somar quanto gasta com carro e gasolina (incluindo impostos) por ano e verificar se faz sentido adicionar esse valor ou parte dele para pagar um lugar mais perto do trabalho.
Caso você more longe para ter uma moradia diferente daquela que teria perto do trabalho (com um lavabo ou aquele dormitório extra para visitas), some as horas que você passa anualmente indo e voltando do seu emprego. É provável que o número cause um choque – e faça com que você reavalie suas possibilidades.
A questão da saúde
Há também perdas para a saúde que devem entrar nessa conta de qualidade de vida ao morar perto do trabalho. Afinal, estudos apontam que grandes deslocamentos podem impactar os seres humanos com:
- Dores de cabeça
- Dores nas costas
- Problemas digestivos
- Pressão alta
- Problemas para dormir
- Fadiga
- Problemas de concentração
Todos pioram para motoristas, visto que eles precisam se manter atentos ao volante no trânsito e ainda enfrentam chuvas, engarrafamentos e acidentes que aumentam os níveis de estresse.
Um estudo de 2001 feito em estações de trem em Stuttgart e Ulm, na Alemanha, abordou mais de 400 pessoas que enfrentavam cerca de uma hora e meia de deslocamento total por dia. Entre as condições relatadas estavam dor, tontura, exaustão e privação de sono. Mais de um terço deles, na avaliação dos pesquisadores, claramente precisava de tratamento médico!
E como o dia só tem 24 horas, é difícil ter tempo para família, amigos e hobbies, o que impacta ainda mais positivamente a qualidade de vida ao morar perto do trabalho e vice-versa: outra pesquisa alemã mostrou que quase 60% dos trabalhadores não tinham tempo para fazer o que queriam.
Tudo isso aponta para uma resposta óbvia e conhecida: a qualidade de vida ao morar perto do trabalho é melhor.
Outros fatores para considerar ao escolher um local para morar
Na hora de selecionar um novo lugar para morar, além do tempo de deslocamento para o trabalho (que sempre deve estar em mente ao avaliar um imóvel para morar), é importante levar em conta:
- Segurança da região (como iluminação e movimento das ruas de dia e à noite)
- Infraestrutura de comércio e lazer
- Infraestrutura de mobilidade
- Cotidiano nas redondezas da residência (serviços próximos, opções de verde e lazer, etc.)
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O que fazer para tornar o deslocamento melhor?
Para quem não consegue se mudar para bem perto do trabalho, especialistas aconselham encontrar outras soluções, como:
- Caronas solidárias para não dirigir o tempo todo
- Usar transporte público caso não haja baldeações ou trocas no trajeto (perdê-las ou ter medo de perdê-las causa ansiedade)
- Cochilar durante os trajetos no transporte público
- Ler durante os trajetos no transporte público
- Ouvir audiolivros em carros particulares
É o que um grupo de professores de Harvard chama de “encontrar seu bolso de liberdade“, onde você pode aplicar sua frustração por não ter controle sobre o tempo que gasta no trânsito.
“Pense em atividades que você gosta, como ouvir música, podcasts, ler livros”, sugerem em um artigo da revista Harvard Business Review.
“Você pode tornar esse tempo mais suportável ao pensar nele como uma oportunidade de perseguir suas paixões. Além do consumo passivo de mídias, use-o para aprender um novo idioma ou um novo hobby, como pintura ou desenho”, continuam.
Isso porque há uma correlação entre maiores níveis de autonomia (ou seja, tomar as rédeas desse tempo de volta para você ao invés de dá-lo como “perdido”) e maior bem estar e satisfação.
Conclusão
Embora um número crescente de pessoas trabalhe de casa (o chamado home office) pelo menos alguns dias por mês, a verdade é que a maioria dos profissionais precisa se deslocar todos os dias para chegar no trabalho.
Isso significa investir uma porção das suas 24 horas diárias em transporte, seja a pé, de bicicleta, metrô, ônibus, táxi ou carro próprio. A diferença vem tanto na quantidade de tempo que você gasta (pesquisas apontam que há mais qualidade de vida ao morar perto do trabalho) quanto na qualidade do tempo que você investe (o que faz com ele).
Em resumo? Se você consegue se mudar para morar perto do trabalho, comece a cogitar essa mudança. Se ainda não consegue mudar nem de casa, nem de trabalho, pense em maneiras de tornar esse deslocamento menos passivo e mais agradável. Em ambos os casos, sua saúde agradece!
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