Quando se trata de projetos arquitetônicos, é importante entender as características e as finalidades da planta de situação e da planta de locação. Afinal, essas duas representações gráficas desempenham papéis cruciais ao descrever a relação entre a edificação e o terreno em que ela será implantada.
Embora esses documentos possam parecer semelhantes, cada um representa um aspecto específico desse relacionamento. Por essa razão, vale a pena entender o que são essas plantas e quais as suas diferenças.
Neste post, você entenderá quais são as características das plantas de situação e de locação e como elas se diferem. Acompanhe!
- O que é planta de situação?
- O que esse tipo de planta deve abranger?
- Para que serve esse modelo de planta?
- O que é planta de locação?
-
O que deve constar na planta de locação?
- Simbologias de representação gráfica
- Sistema de coordenadas referenciais do terreno
- Curvas de nível existentes e projetadas
- Indicação do norte
- Indicação das vias de acesso e vias internas
- Perímetro do terreno, marcos topográficos, cotas gerais e níveis principais
- Indicação dos limites externos das edificações
- Eixos do projeto
- Amarração dos eixos do projeto a um ponto de referência
- Denominação das edificações
- Escalas
- Notas gerais, desenhos de referência e carimbo
- Para que serve a planta de locação?
- Quais são as diferenças entre as duas plantas?
O que é planta de situação?
A planta de situação é um documento gráfico que representa a localização de um imóvel ou empreendimento em relação a um terreno ou área específica. Assim, ela permite entender a posição e a relação do projeto com o entorno.
A planta de situação é elaborada em uma escala adequada e contém informações relevantes. Entre elas, estão a orientação em relação ao norte magnético, as vias de acesso, às áreas adjacentes e outras referências geográficas relevantes.
Essa planta é elaborada considerando o terreno no qual o projeto será implantado, destacando suas dimensões e limites. Além disso, é comum incluir elementos como vias de acesso, topografia da região e características naturais, como rios, lagos ou declives.
Também é possível representar pontos de referência próximos, como praças, escolas ou estabelecimentos comerciais, para uma melhor contextualização.
O que esse tipo de planta deve abranger?
Após saber o que é a planta de situação, é preciso entender o que ela deve conter. Conforme a NBR 6492, que regula as representações dos projetos de arquitetura, o documento deve apresentar uma série de elementos essenciais para sua representação adequada.
Confira quais são esses componentes!
Simbologias de representação gráfica
A planta de situação deve utilizar símbolos gráficos padronizados para representar os elementos presentes no documento, seguindo as normas e diretrizes estabelecidas.
Curvas de nível existentes e projetadas
As curvas de nível são linhas que conectam pontos de igual altitude no lote, fornecendo informações sobre a topografia do local. A planta de situação pode incluir curvas de nível existentes e projetadas, e um sistema de coordenadas referenciais para localização precisa dos elementos representados.
Indicação do norte
A planta de situação deve mostrar a direção do norte geográfico para fins de orientação, permitindo compreender a implantação do projeto em relação às direções cardinais.
Vias de acesso
É necessário indicar as vias de acesso que conectam o conjunto de edificações, bem como as ruas e logradouros adjacentes. Ainda é preciso incluir os equipamentos urbanos relevantes, como praças, parques ou outros elementos do entorno.
Indicação das áreas a serem edificadas
A planta de situação precisa indicar as áreas específicas onde serão edificadas as construções, com o contorno esquemático da cobertura das edificações. Com isso, ela permite visualizar a disposição da estrutura no terreno.
Denominação dos edifícios ou blocos
É necessário identificar e nomear os diferentes edifícios ou blocos presentes no conjunto, fornecendo clareza na representação e diferenciação entre eles.
Construções existentes, demolições ou remoções futuras
A presença de construções no local, bem como possíveis demolições ou remoções futuras, também deve constar na planta de situação. Além disso, é necessário destacar áreas non aedificandi ou não edificáveis, onde não é permitida a construção, e quaisquer restrições governamentais aplicáveis à região.
Escalas
Deve ser indicada a escala utilizada na planta de situação para permitir a correta interpretação das dimensões e proporções dos elementos representados.
Notas gerais, desenhos de referência e carimbo
A planta de situação pode incluir informações adicionais relevantes. Ademais, ela pode apresentar desenhos de referência que auxiliem na compreensão dos elementos representados e um carimbo ou selo de aprovação para garantir a autenticidade e a validade da planta.
Para que serve esse modelo de planta?
Ao saber o que compõe uma planta de situação, é possível entender mais facilmente para que serve esse documento, não é mesmo? Na prática, ele tem diversas finalidades e serve como uma ferramenta fundamental no processo de projeto arquitetônico e urbanístico.
Na sequência, veja algumas das principais funções e usos desse modelo de planta!
Análise e estudo do entorno
A planta de situação permite uma análise visual e espacial do entorno onde o projeto será implantado. Desse modo, é possível compreender o contexto geográfico e urbano, facilitando a tomada de decisões durante o processo.
Integração com a infraestrutura urbana
Ao visualizar a planta de situação, é possível identificar a integração do projeto com a infraestrutura urbana existente. Isso inclui a proximidade de serviços e equipamentos públicos, como escolas, hospitais, transportes públicos e áreas de lazer.
Essa análise ajuda a avaliar a acessibilidade do empreendimento e a sua conexão com os serviços essenciais oferecidos pela cidade.
Avaliação do impacto visual e ambiental
A planta de situação permite uma análise preliminar do impacto visual da edificação ou do empreendimento no contexto urbano. Ao considerar a relação com o entorno, é possível avaliar como a nova construção se encaixa na paisagem e como ela afeta a vizinhança.
A análise ambiental ainda auxilia a identificar possíveis interferências no meio ambiente, como a preservação de áreas verdes, rios ou outros elementos naturais.
Planejamento de acessos e circulação
A partir da planta de situação, é possível planejar os acessos e a circulação no terreno. Isso envolve a definição de entradas, saídas, estacionamentos, áreas de carga e descarga, entre outros elementos relacionados à mobilidade.
Essa análise permite otimizar o fluxo de veículos e pedestres, garantindo uma distribuição eficiente no empreendimento.
Obtenção de licenças e autorizações
A planta de situação é um documento necessário para obtenção de licenças e autorizações junto aos órgãos competentes. Ela pode ser exigida durante o processo de aprovação de projetos, uma vez que proporciona uma visão geral do empreendimento.
A partir dessa planta, as autoridades conseguem avaliar o enquadramento do projeto nas regulamentações e normas urbanísticas vigentes.
O que é planta de locação?
Existe outro documento semelhante à planta de situação, que é a planta de locação, de localização ou de implementação. Ela é desenvolvida a partir de uma vista superior do terreno e visa identificar a posição e a disposição dos elementos construtivos e complementares no contexto do lote.
Entre esses aspectos estão a representação correta dos limites da área, incluindo suas dimensões e contorno. Dessa maneira, é possível compreender as restrições físicas e legais que influenciam a implantação da edificação.
A planta de locação deve incluir a representação dos elementos complementares, como muros, cercas, caminhos, piscinas, edículas e acessos. Eles ajudam a entender a integração da edificação com o terreno e o entorno, e sua correta representação.
Outro aspecto importante é a consideração dos movimentos de terra necessários para a adequação do lote ao projeto. A planta de locação deve indicar a necessidade de nivelamento, escavações ou aterros, fornecendo informações relevantes para o planejamento e a execução da obra.
Nesse sentido, a representação das redes hidráulica, elétrica e de drenagem é parte integrante da planta de locação. Essas informações permitem saber a disposição dos sistemas essenciais no terreno e sua conexão com a edificação.
Por fim, a vegetação existente na área, como árvores e arbustos, também deve ser considerada e representada na planta de locação. Essas informações são valiosas para o planejamento paisagístico e para a preservação de elementos naturais durante o processo de construção.
O que deve constar na planta de locação?
Entendendo o que é planta de locação, é o momento de descobrir o que é preciso constar nesse documento. Você verá que algumas informações se repetem em relação à planta de situação.
Acompanhe a descrição detalhada dos elementos!
Simbologias de representação gráfica
A planta de locação deve utilizar símbolos gráficos padronizados para representar os elementos construtivos, complementares e outros elementos presentes no documento.
Sistema de coordenadas referenciais do terreno
É necessário incluir um sistema de coordenadas que permita a localização precisa dos elementos na área. Isso pode envolver a definição de pontos de referência, como marcos topográficos, que ajudam a estabelecer a escala e a posição dos itens representados na planta.
Curvas de nível existentes e projetadas
A planta de locação deve mostrar as curvas de nível do terreno, tanto as existentes quanto as projetadas para a viabilidade da construção.
Indicação do norte
Assim como na planta de situação, a representação gráfica de locação deve indicar a direção do norte geográfico para orientação.
Indicação das vias de acesso e vias internas
A planta de locação deve mostrar a disposição e a localização das vias de acesso ao lote, bem como das vias internas, estacionamentos, áreas cobertas, áreas planas e declividades.
Perímetro do terreno, marcos topográficos, cotas gerais e níveis principais
É necessário representar o perímetro da área, indicando seus limites externos. Ademais, a inclusão de marcos topográficos é essencial para a referência e a precisão dos elementos representados.
A planta deve incluir cotas gerais e níveis principais para indicar as alturas e as diferenças de nível relevantes no terreno.
Indicação dos limites externos das edificações
A planta deve mostrar os limites externos das edificações, incluindo recuos e afastamentos em relação aos limites do lote. Isso permite entender as restrições legais e as distâncias mínimas exigidas para a construção.
Eixos do projeto
Os eixos do projeto são linhas de referência que auxiliam na organização e na orientação dos elementos da edificação. Eles devem ser indicados na planta de locação para uma compreensão clara da disposição e da relação entre os diferentes ambientes.
Amarração dos eixos do projeto a um ponto de referência
É necessário estabelecer uma amarração dos eixos do projeto a um ponto de referência, que pode ser um marco topográfico ou outro elemento fixo no terreno. Essa amarração garante a precisão na representação dos elementos e a consistência com outras plantas e documentos do projeto.
Denominação das edificações
A planta de locação deve incluir a denominação das edificações presentes no terreno, identificando-as de forma clara e precisa para evitar confusões.
Escalas
É fundamental indicar a escala utilizada na planta de locação para permitir a interpretação exata das dimensões dos componentes representados no documento.
Notas gerais, desenhos de referência e carimbo
A planta de locação pode incluir informações adicionais relevantes, como especificações técnicas, observações ou instruções importantes. Também é comum incluir desenhos de referência que ajudem a compreender melhor os elementos representados.
Ademais, um carimbo ou selo de aprovação pode ser incluído para garantir a autenticidade e a validade da planta — como na planta de situação.
Para que serve a planta de locação?
A planta de locação apresenta utilidades específicas na construção de uma edificação. Tanto esse documento quanto a planta de situação são essenciais para os profissionais responsáveis terem dimensão mais completa a respeito do projeto.
Entenda quais são essas funcionalidades!
Visualização da implantação do projeto
A planta de locação permite uma visualização clara e precisa da posição e da disposição da edificação no terreno. Isso auxilia na compreensão da implantação do projeto e na visualização de como o edifício se integra ao ambiente ao seu redor.
Análise de viabilidade e restrições
Com a planta de locação, é possível analisar a viabilidade do projeto em relação ao lote disponível. Ela permite identificar restrições legais, como recuos e afastamentos mínimos exigidos por normas e regulamentos municipais, bem como áreas não edificáveis.
Planejamento da construção
A planta de locação é utilizada para o planejamento da construção, incluindo a definição das etapas construtivas, a organização do canteiro de obras e a logística dos materiais e equipamentos. Afinal, ela fornece informações sobre o posicionamento da edificação na área e outros elementos.
Integração com projetos complementares
A planta de locação é utilizada como base para a integração a projetos complementares, como os projetos hidrossanitários, elétricos, de drenagem e paisagismo. O documento permite a correta interligação desses projetos com a edificação, indicando pontos de conexão e infraestrutura necessária.
Quais são as diferenças entre as duas plantas?
Como você viu, as plantas de situação e de locação têm muitas semelhanças, o que costuma confundir as pessoas. Por isso, é interessante compreender as diferenças entre as duas.
Na prática, a planta de locação é uma variação da planta de situação, que oferece mais detalhes e informações sobre o terreno e o empreendimento. Esse documento costuma ser representado em uma escala maior, permitindo mais precisão e clareza nos elementos desenhados.
Na planta de locação, além das informações presentes na planta de situação, é comum incluir detalhes que ajudam a visualizar a implantação física do projeto. Entre esses elementos, estão piscina, muro, vegetação e cercas.
Esses dados são cruciais para a compreensão do posicionamento dos componentes construtivos em relação ao entorno. Eles também fornecem uma representação mais completa do projeto.
Logo, a planta de situação se concentra na localização geral do projeto em relação ao terreno e ao entorno. Já a planta de localização oferece mais detalhes e mostra a disposição exata dos elementos construtivos e paisagísticos na área.
Ao longo deste artigo, você pôde entender o que é a planta de situação e de locação e quais são as principais diferenças entre elas. Assim, é possível utilizar esses documentos para as suas devidas finalidades ao acompanhar um projeto ou construção de edificação.
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