Estou feliz com a compra do meu apê. Mas e se essa alegria passar?

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03 de janeiro de 2022

Autor Time Loft
Atualizado: 28 de junho de 2022 7 min de leitura
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Comprar um imóvel mexe com a cabeça mesmo. Vem entender por que é (super) normal duvidar um pouquinho da sua grande decisão.

Tá sentindo uma pontada de medo ou arrependimento de ter feito a escolha errada e agora a escritura já está assinada? Respira fundo e relaxa. A gente te explica o que pode estar acontecendo!

A psicologia envolvida na compra de um imóvel

Muitas culturas, incluindo a brasileira, têm o famoso sonho da casa própria. Mas o que ele significa na prática? 

Os detalhes variam de uma cultura para outra (nos EUA, por exemplo, por muito tempo o sonho era ter aquela casinha com jardim e cerca branca em um subúrbio cheio de árvores), mas de forma geral a compra do seu próprio imóvel envolve:

  • Sensação de estabilidade (você tem um abrigo independente do que acontecer)
  • Sensação de controle
  • Construção de patrimônio financeiro
  • Valores pessoais 
  • Definição de sucesso, tanto interna (para você) quanto externa (como os outros te veem)

Algumas pesquisas feitas com esse recorte do efeito mental de comprar um imóvel mostram que existe, sim, uma felicidade e satisfação extras na vida dos novos proprietários, mas ela tem um certo prazo de validade. Na Alemanha, uma pesquisa com 3 mil pessoas ao longo de 16 anos mostrou que esse prazo é de cinco anos em média. Depois, a pessoa volta ao nível de satisfação que sentia antes.

Um imóvel é um bem material, e a satisfação humana com bens materiais vai desgastando com o tempo mesmo. E o que pode estar por trás disso? 

Bastante coisa, como o efeito da adaptação hedônica, um termo para descrever como a gente se acostuma às coisas boas que acontecem: elas dão um up momentâneo nos nossos sentimentos positivos e depois a gente se adapta a elas e volta ao nível “normal” de positividade. Essa adaptação não costuma acontecer com as coisas negativas, que simplesmente seguem sendo sentidas como coisas negativas.

E visto que adquirir um imóvel tem tooodos esses componentes emocionais embutidos, dá para entender por que seria super normal que, depois de consolidada uma compra tão grande, surjam pensamentos de dúvida, ansiedade e até mesmo de arrependimento.

Existe remorso depois da compra de um apê?

Sentir remorso depois da compra do seu apê é comum mesmo que você tenha feito meses e até mesmo anos de pesquisa e preparação para isso. Acontece com compras grandes como essa. 

É natural que as coisas não sejam perfeitas, que a vida naquele novo imóvel não seja exatamente do jeito que você esperava. Faz parte! Mas lembre-se de ver as coisas boas também, para dar uma equilibrada na situação. Aliás, para superar esse momento, é sempre bom se agarrar aos fatos e ao raciocínio lógico para lembrar a você mesmo das razões que te levaram a escolher aquele lugar, naquela hora, daquele jeito.

Se a questão é que você não imaginava a trabalheira que dá ter sua própria casa, boas vindas ao clube: acontece com muita gente! Tire um tempo para entender as novidades e se planejar para que elas caibam na sua rotina e no seu orçamento. Talvez tenha uma novidade por aí – uma seguradora com preço camarada, um serviço interessante de aluguel de móveis, uma promoção para quem quer pintar a casa – que vá te ajudar a se estabelecer melhor.

Agora, se você ainda estiver vendo as novidades das plataformas de venda de imóveis ou buscando imagens de outros apês por aí, é melhor parar. Ficar em uma comparação contínua de preço ou espaço vai te provocar ainda mais a ficar nesse estado de dúvida.

E se a preocupação for majoritariamente financeira – será que não dava para ter conseguido taxas de juros mais baixas se eu esperasse mais? –, tem uma novidade no Brasil que pode te ajudar: a portabilidade de financiamento imobiliário. Ela permite que você renegocie com seu banco ou mesmo transfira seu financiamento para um outro banco, e a competição entre eles geralmente leva a taxa de juros a baixar. 

Vale testar para se tranquilizar, né? Entenda como funciona a portabilidade do financiamento imobiliário aqui!

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Afinal, é pro seu novo lar te deixar mais feliz mesmo?

No Canadá, mais especificamente na Universidade de British Columbia, tem uma professora de psicologia que pesquisa a relação entre consumo e felicidade. É a Elizabeth Dunn, que escreveu um livro chamado “Happy Money: The Science of Smarter Spending” (“Dinheiro Feliz: A Ciência de Gastar de Uma Forma Mais Inteligente”). 

Em uma entrevista ao jornal “The New York Times“, ela explicou que não é a casa em si – a varanda, o piso de madeira, o closet – que vai fornecer a alegria, e sim como são gastos os minutos e as horas dentro dela. A recomendação da professora é a seguinte: “Como esse imóvel pode mudar o jeito que eu passo meu tempo na próxima terça-feira?”

E aí é questão de jogar a seu próprio favor. Se você detesta perder tempo lavando louça, pode tornar sua vida mais satisfatória colocando um lava-louças na cozinha, por exemplo. E aí seu tempo vai ser gasto de um outro jeito e seu nível de alegria vai melhorar, mesmo que um tantinho só.

O exemplo que a professora dá vem da vida dela: ao invés de optar por uma casa maior e mais barata, só que mais longe do trabalho, ela preferiu um espaço menor e mais próximo. “Eu posso passar meu tempo pedalando ao invés de dirigindo para o trabalho. Isso muda o jeito que eu uso meu tempo“, explicou.

Tem como ter certeza de que a compra foi uma boa ideia?

Depois que a compra já foi feita, é difícil dizer. Mas para dar uma clareada nos pensamentos e separar o que é verdade do que é percepção, tem algumas sugestões de especialistas:

  • Lembrar-se das características essenciais que você queria e precisava e compará-las com o imóvel: como ele cumpre esses requisitos?
  • Escrever uma carta (é sério!) para o imóvel e colocar no papel todas as vantagens e benefícios, inclusive emocionais, que ele tem proporcionado
  • Revisar o que está te incomodando e, se possível, investir em mudanças ou reformas que melhorem a situação 

Um jeito prático de evitar esse problema é diminuir as chances de que ele aconteça. Então se você ainda não comprou seu apê, vão aqui algumas dicas de ouro:

  • Antes de começar a busca, saiba (realisticamente!) qual apê cabe no seu bolso
  • Evite se levar por um encanto ou outro de forma impulsiva, especialmente se o imóvel é bem diferente do que você pensava precisar ou exige muitas reformas
  • Não ofereça mais pelo imóvel só por medo de perdê-lo porque isso pode te causar várias dores de cabeça financeiras. Mantenha-se nas linhas do seu orçamento

E se eu não gostar mais do meu apartamento, o que faço?

Se você já passou por todo um processo de reflexão e chegou a conclusão de que é isso mesmo, você não gosta daquele lugar, tem uma solução bastante direta: colocá-lo no mercado.

Você pode tanto alugá-lo para outra pessoa (esse rendimento pode inclusive ser usado para pagar as parcelas do seu financiamento imobiliário) e quanto vendê-lo de vez. A gente tem certeza que da próxima vez você acerta! 

Inclusive vale ressaltar aqui que a Loft existe justamente para ajudar nesse processo. Seja você um proprietário que quer colocar um apartamento à venda (e nossa plataforma tem milhões de visitantes, milhares de corretores parceiros e até fotografia profissional gratuita) ou um comprador que quer achar seu novo lar sem dor de cabeça. 

Vem conhecer a Loft!

Bateu aquela dúvida na matéria que você leu? Deixe nos comentários que o Time Loft responde!

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