Conheça boas reflexões para esse momento, a importância de estar alinhado com o parceiro e como a lei vê quem mora junto.
Há algumas décadas, morar junto sem ser casado era algo digno de escândalo na vizinhança. Hoje, são poucos os brasileiros que ainda estranham esse arranjo.
E morar junto pode acontecer em diversos momentos de vida de um casal: antes ou depois do casamento, com ou sem filhos, com ou sem registro no cartório. São muitas possibilidades!
6 sinais de que chegou a hora de morar junto:
1. Vocês planejam o futuro levando o outro em conta
Quando já houve conversas sérias sobre o que vocês pretendem fazer em dois, três, cinco anos e além e esses planos envolvem um ao outro, esse futuro está em construção. E morar junto faz parte disso para muita gente!
2. Vocês já passam mais tempo na casa um do outro
É comum que, durante o namoro, o casal acabe passando vários dias seguidos (ou semanas ou mesmo meses!) na casa de um ou de outro. Às vezes uma casa é mais frequentada que a outra, às vezes é algo mais equilibrado. Varia de acordo com cada situação. Quando isso acontece há tempos, decidir morar junto é quase uma decisão natural – e vocês economizam um aluguel!
3. Faz sentido financeiramente (e vocês sabem conversar sobre isso)
Morar junto significa compartilhar, priorizar e conversar muito sobre recursos financeiros. Esse esclarecimento é vital para evitar problemas e constrangimentos desnecessários, visto que dinheiro é um assunto difícil para muitas pessoas. Se os gastos envolvidos em morar junto estão claros e há maturidade para conversar sobre o tema, a decisão se torna mais fácil.
4. Vocês se ajudam nas tarefas domésticas
Ao morar junto com alguém, seja um parceiro, um amigo ou um membro da família, é preciso estabelecer regras, limites e boas práticas quando se trata de manter a casa em ordem. Se vocês já sabem se ajudar nessas tarefas – e conversar sobre elas quando as coisas não estão funcionando –, estão no caminho certo para conviver sob o mesmo teto.
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5. Vocês se sentem animados a mudar de vida
Morar com o namorado todos os dias é definitivamente diferente de qualquer outro arranjo de moradia, visto que se torna a famosa “vida a dois”. E isso pode ser muito legal! Então se aprender novas formas de convivência e experimentar coisas novas faz sentido para vocês, morar junto será uma aventura interessante.
6. As expectativas estão alinhadas
Todos os itens mencionados acima tratam, de certa forma, de expectativas (financeiras, afetivas, práticas…). Tê-las alinhadas é extremamente necessário para que uma parte não entenda uma coisa e a outra entenda algo totalmente diferente. E se falta clareza de alinhamento, quem quer já morar junto tem maturidade para trazer esse assunto à tona.
Driblando o medo de morar junto e “juntar os trapos”
Morar junto não é uma decisão a ser feita de uma hora para outra, mas também não precisa ser vista como algo definitivo. Morar junto é algo que um casal pode experimentar quando já se sente maduro o suficiente para tanto e que também pode ser alterado ou mesmo desfeito se houver necessidade.
Em outras palavras, não tenha medo de testar: muitos casais incluem até um “test drive” em seu planejamento para morar junto.
E quando a comunicação é suficientemente boa para ajustar e afinar aquilo que for necessário – ruídos no começo são praticamente inevitáveis, é normal –, esse experimento se torna cada vez mais interessante, fortalecendo os laços e expandindo horizontes de convivência.
Há, claro, algumas dúvidas comuns, como “e se eu perder minha privacidade?” ou “e se eu quiser passar um tempo só?”. A resposta para as duas está na boa comunicação com o parceiro.
Não é preciso temer querer seu próprio espaço e passar um tempo por conta própria. Aliás, quando necessário, especialistas aconselham pedir esse tempo para o parceiro – seja na forma de dar uma volta solo pelo bairro, fazer um determinado curso, fazer uma atividade por conta própria e por aí vai. Assim, você garante espaço para processar seus sentimentos e não cria um ressentimento desnecessário.
Outro medo de morar junto envolve brigar com o parceiro. Mas discussões e conflitos são inevitáveis na vida de qualquer casal, então não é a briga em si que é o problema, mas como a briga é processada. Mais uma vez, a chave é comunicação, assim como encontrar um argumento que funcione para ambos para esfriar as coisas e não escalar atritos. Pode ser até uma frase do tipo: “Essa briga está indo longe demais, é a hora de tirar um tempo para pensar”. Qualquer coisa que funcione para os dois.
“Vamos morar juntos?” Como saber se o par está a fim dessa conversa
Para muitos casais que foram morar juntos, a conversa acabou surgindo naturalmente e de forma gradativa, conforme aumentava a frequência com que se viam, amontoavam-se os pertences na casa do outro e as decisões eram cada vez mais feitas em conjunto.
O gatilho em si pode vir de várias formas, como a renovação de um contrato de aluguel (“Será que a gente não aproveita e já mora junto?”), um novo emprego (“Com esse novo salário, agora dá para fechar um apartamento para morar junto?”), a adoção de um pet e por aí vai.
Para dividir o mesmo teto, o ideal é já conviver há um certo tempo (mas não há período mínimo fixo!) e ter clareza sobre os melhores e piores momentos da relação, para se certificar de que esse comprometimento não seria à toa.
Então se você e seu par já dividem bastante intimidade, conhecem seus respectivos hábitos e ritmos, sabem aceitar as particularidades um do outro, dividir espaço e conversar sobre dinheiro, a conversa pode ser iniciada quando for interessante para você.
Afinal, já há uma base sólida suficiente nessa relação para processar qualquer resposta que venha, seja ela positiva, negativa ou neutra, certo?
E vale lembrar que conversar sobre morar junto é um processo, não uma decisão de sim ou não, agora ou nunca. Ou seja, pergunte quando parecer uma boa hora e comece a amadurecer essa ideia junto ao parceiro!
Namorados ou casados? De olho na legislação
A dúvida sobre o estado civil de quem mora junto é frequente, e faz sentido porque a legislação não deixa exatamente claro quando uma união informal vira uma união estável perante a lei. Por isso, tem advogado que até propõe redigir uma declaração de namoro!
Primeiro, é preciso esclarecer a diferença entre união estável e casamento. O casamento é uma oficialização da união, que é realizada por um juiz de paz e registrada em cartório, além de exigir um pacto pré-nupcial que versa sobre a divisão de bens. É, em outras palavras, um vínculo essencialmente jurídico entre as partes e perante o Estado.
Já a união estável não precisa ser oficializada em cartório, embora também seja vista pelo Estado brasileiro como uma entidade familiar (ou seja, é feita com o intuito de constituir um núcleo familiar). Caso o casal deseje oficializar a união e registrá-la em cartório, também pode, via escritura pública.
Entre os direitos de quem mora junto e não é casado (mas tem união estável) estão a inclusão da outra parte em plano de saúde, direito à comunhão de bens, direito à pensão alimentícia e direito à herança, entre outros.
Ter uma união estável (seja ela registrada ou não) aos olhos da lei significa ter uma convivência pública, contínua e duradoura que existe com o objetivo de constituir família (o que não envolve a obrigação de ter filhos). E vale acrescentar que, se antes exigia-se 5 anos de coabitação, hoje não existe mais um tempo mínimo para configurar união estável.
Morar junto é união estável?
Parece confuso, certo? Com essa descrição acima, como morar junto não seria automaticamente uma união estável?
Pois a chave está na intencionalidade dessa união. A união estável é fruto de um casal que deseja constituir um núcleo familiar. E dois namorados que moram juntos podem, sim, morar juntos sem querer constituir família.
É inclusive o entendimento do Supremo Tribunal Federal, que já se pronunciou sobre o assunto algumas vezes e apontou veemente para o objetivo de constituir família como grande diferencial, algo que pode ser pensado como efetivamente e totalmente compartilhar vidas.
Esclarecer essa diferença é um assunto bastante debatido no direito. Mas quem mora junto pode fazer as malas com tranquilidade, porque a Justiça costuma entender (através de testemunhas, provas, documentos, depoimentos, etc.) a diferença entre ter uma união estável e namorar e morar junto (algo que alguns juristas chamam de “namoro qualificado”).
Em tempos em que diferentes formas de união existem e o que constitui um núcleo familiar envolve diversas composições, basta dizer que a lei está evoluindo junto com a sociedade brasileira.