Decoração maximalista é aposta para decoração com personalidade

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Apostar em diferentes cores e texturas pode parecer desafiador, mas a simetria ajuda a criar um espaço harmonioso e fiel ao estilo maximalista

10 de novembro de 2022

Autor Time Loft
Atualizado: 11 de setembro de 2023 5 min de leitura
estilo maximalista

Buscar uma decoração equilibrada, mas com elementos que trazem personalidade para o lar, é o melhor caminho para criar um espaço aconchegante.  O desafio se torna  maior entre os mais extravagantes , que desejam refletir sua ousadia no décor. O estilo maximalista é uma estética que oferece ferramentas para aliar conforto e sofisticação a essa ousadia.

Na arquitetura é bastante comum ouvirmos a frase “menos é mais”, que remete à filosofia do minimalismo. A ascensão do maximalismo surge como um contraponto a esse pensamento.

Para o arquiteto Marcelo Salum, várias tendências surgem e sobrevivem, e a ascensão do maximalismo não necessariamente representa a queda da estética minimalista. “O ‘menos é mais’ só vale quando o ‘mais’ não é bem feito”. Para ele, o que vai ditar a escolha do estilo é justamente a personalidade do cliente.

O que é maximalismo? 

O maximalismo é uma estética que defende a combinação de diferentes cores, texturas e formatos para criar uma composição criativa e cheia de elementos.

Apesar de ser uma tendência nos dias de hoje, o estilo é bastante antigo. Sua origem é até difícil de ser encontrada, mas acredita-se que um dos pioneiros foi o arquiteto e vencedor do Prêmio Pritzker Robert Venturi. Ele fazia projetos bastante inovadores e era contrário aos ideais minimalistas na decoração

No projeto Estúdio Liberdade, Pedro Luiz de Marqui criou uma estética que mescla o bruto com o delicado e utilizou materiais do cotidiano para tornar o projeto funcional e artístico. Foto: Renato Navarro
No projeto Estúdio Liberdade, Pedro Luiz de Marqui criou uma estética que mescla o bruto com o delicado e utilizou materiais do cotidiano para tornar o projeto funcional e artístico. Foto: Renato Navarro

“Para mim, o maximalismo não é sinônimo de muita coisa junta, mas sim de uma mistura de cores, texturas e elementos diferentes em um mesmo espaço”, afirma o arquiteto Pedro Luiz de Marqui.

Como fazer uma decoração maximalista?

O grande desafio de aplicar a estética no lar é manter o equilíbrio nos ambientes e não deixar o visual cansativo. Você já deve ter ouvido falar que é importante trazer leveza na decoração,  mas como fazer isso seguindo um estilo que propõe, na prática, o oposto? 

Assinado por Pedro Luiz de Marqui, o arquiteto fez uma mistura de cores e texturas usando a volumetria como ferramenta para não deixar o espaço carregado demais. Foto: Fran Parente
Assinado por Pedro Luiz de Marqui, o arquiteto fez uma mistura de cores e texturas usando a volumetria como ferramenta para não deixar o espaço carregado demais. Foto: Fran Parente

“Para não ficar uma decoração cansativa, é importante que tudo converse entre si, buscando relações entre as peças e até mesmo uma ordem cronológica, com objetos de diferentes épocas que tenham a mesma linguagem”, sugere Pedro Luiz de Marqui.

Marcelo Salum possui o mesmo entendimento e, para seus projetos, busca criar simetrias no intuito de deixar o visual mais harmonioso.

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Passo a passo para criar uma decoração maximalista

Salum assinou a Casa Coral para a CASACOR São Paulo deste ano, que fez uma homenagem aos designers Attilio Baschera e Gregório Kramer – uma dupla importante que revolucionou a indústria têxtil brasileira.

A estampa de abacaxi usada no sofá, nas cortinas e em alguns acessórios da Casa Coral fazem referência direta ao trabalho de Attilio Baschera e Gregório Kramer. Foto: Denilson Machado
A estampa de abacaxi usada no sofá, nas cortinas e em alguns acessórios da Casa Coral fazem referência direta ao trabalho de Attilio Baschera e Gregório Kramer. Foto: Denilson Machado

Extravagante, Marcelo Salum buscou trazer diversos elementos que exibiam a personalidade do casal e contavam histórias. O ponto de partida foi eleger os tecidos que foram usados e fazem referência ao trabalho de Attilio e Gregório. 

Retratos, esculturas e até mesmo uma mala da Louis Vuitton entraram em cena para trazer exuberância e requinte ao projeto.

Apesar de apostar em vários elementos, o projeto de Marcelo Salum possui equilíbrio e simetria em todos os elementos. Foto: Denilson Machado

O destaque maior são as cores. Salum apostou em uma paleta que misturava vermelho com azul. Para suavizar, ele intercalou as cores vibrantes e foscas. “Eu precisava acalmar um pouco a intensidade do vermelho. O excesso da cor vibrante poderia ter deixado o espaço carregado demais”, explica. 

Dicas para aplicar o estilo maximalista em casa

O maximalismo traz uma atmosfera artística, já que permite que vários elementos sejam integrados para a criação de um espaço único. Os arquitetos deixaram algumas dicas de como usar isso para a decoração do lar:

Sintonia entre os elementos

Não basta só colocar vários itens no mesmo espaço e achar que se trata de uma decoração maximalista. Desde as cores até a mobília, é importante que tudo esteja conectado e converse de alguma maneira. 

Pedro Luiz de Marqui defende buscar a harmonia mesmo com itens que sigam estéticas diferentes.“É importante ter um equilíbrio entre elementos grandes e pequenos, brutos e delicados”, explica. 

Aposte na simetria

Marcelo Salum revelou que costuma usar a simetria como uma ferramenta para trazer mais equilíbrio em seus projetos. “A simetria acalma bastante esse excesso de informações para gerar mais harmonia”, afirma.

Para chegar nisso, é necessário fazer muita pesquisa e testes. O arquiteto aconselha ir fazendo a decoração maximalista pouco a pouco, e usar o feeling para sentir se está sobrecarregando ou não o décor

Tenha uma visão ampla do todo

Para Pedro Luiz de Marqui, é importante não ter medo de ousar e aplicar o estilo maximalista, mas, acima de tudo, é fundamental enxergar o projeto como um todo e não isolado em pontos específicos.  

“Fazer uma decoração maximalista, que envolve essa junção de diferentes estilos, épocas, formas e texturas, nos deixa quase sempre apreensivos. É uma aposta que exige uma visão ampla”, orienta. 

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