O Especulômetro de junho de 2022 mostrou que em 15 bairros de São Paulo houve aumento da diferença entre o valor pelos quais os apartamentos foram anunciados e o preço registrado nas transações em cartório.
“O número de bairros com aumento da diferença entre o valor transacionado e anunciado apontam para um mercado em momento de acomodação, depois de uma série de meses com queda no valor transacionado”, afirma Daniel Scalli, diretor de Engenharia e Data Science da Loft.
Bairro | Aumento da especulação |
---|---|
Moema Índios | 36% |
Jardim Paulistano | 35% |
Jardim Paulista | 32% |
República | 27% |
Moema Pássaros | 26% |
Pinheiros | 23% |
Vila Mariana | 21% |
Brooklin | 19% |
Vila Romana | 19% |
Alto da Lapa | 18% |
Lapa | 17% |
Itaim Bibi | 15% |
Aclimação | 14% |
Vila Leopoldina | 11% |
Alto de Pinheiros | 11% |
Preço do metro quadrado
Em relação ao preço médio de venda dos apartamentos, dois bairros tiveram redução considerável no período entre janeiro e março de 2022 em relação ao trimestre entre fevereiro e abril.
Em outros três bairros houve aumento considerável no valor médio do metro quadrado no período entre janeiro e março de 2022 em relação ao trimestre entre fevereiro e abril.
Bairro | Preço do m² | Aumento |
---|---|---|
Vila Nova Conceição | R$ 15.535 | 8,9% |
Bela Vista | R$ 8.608 | 5,4% |
Itaim Bibi | R$ 13.461 | 3,3% |
“Entre fevereiro e abril, nenhum bairro teve aumento considerável em valor transacionado. Desde o mês passado começou a haver algum aumento, notadamente na Bela Vista e no Itaim Bibi, que agora em junho também subiram. Já na Aclimação e em Pinheiros houve redução significativa. Mas, no geral, os bairros estão em estabilidade. Parece ser ajuste na cidade, depois de período de queda nos preços”, diz Daniel Scalli.
“Na maioria dos bairros se observa estabilidade dos preços, os bairros destacados ainda estão acomodando a conjuntura econômica atual, balizando o poder de barganha entre compradores e vendedores de imóveis”, completa Rodger Campos, gerente de dados da Loft.
Metodologia
O Especulômetro é feito em parceria com a revista Exame. Uma ferramenta de precificação calcula o percentual de diferença entre os preços de imóveis anunciados pelos proprietários em plataformas digitais e os valores de fato pagos pelos compradores no momento de registrar a transação em cartório.
O objetivo é tornar ainda mais clara a relação entre vendedores e compradores de imóveis. A análise começou a ser feita em fevereiro de 2021 e é divulgada todos os meses para aumentar a transparência nas transações imobiliárias, poupando tempo e dinheiro para vendedores e compradores.
A edição de junho do Especulômetro se refere aos dados de transações registradas em cartório entre janeiro e março de 2022.
Os valores de cada mês consideram também os dois meses anteriores (média móvel), o que suaviza eventuais movimentos bruscos e pontuais do mercado.
E esses são os critérios para o bairro sair da tendência de “estabilidade” (ou seja, que apresente variação considerável): variação em dois períodos seguidos para a mesma direção (duas subidas, por exemplo), sendo ao menos uma superior a 5%. Ou variação superior a 10% em relação ao período anterior.
Nesta edição do Especulômetro houve uma alteração na base de dados de anúncios, o que aumentou o volume de dados em 30%, com informações mais precisas. Toda a série histórica para essa nova base.
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