Entenda o que é o conceito de Internet das Coisas e conheça exemplos práticos de automação residencial que já estão por aí!
Imagine que seu alarme toca pela manhã e, com ele, as luzes começam a se acender no quarto escuro. Seu colchão, que analisou seu sono durante a noite, determina sua qualidade e o que fazer para melhorar. Enquanto você coloca os pés para fora da cama, sua cafeteira já começa a funcionar.
Essa pequena rotina matinal é um exemplo viável da Internet das Coisas (IoT) ligada à automação residencial, que tem o potencial de mudar e aprimorar o cotidiano em casa. Tratam-se de tecnologias capazes de interagir entre si e com seres humanos, cada vez mais presentes até que simplesmente se assuma que estão lá.
“Internet das Coisas é ter coisas conectadas de alguma maneira e que mandem dados para uma plataforma ou algum lugar na nuvem, onde serão processados e você pode armazená-los ou ter um feedback, como uma atuação [de um dispositivo]”, explica Luis Viola, diretor de tecnologia da Abinc (Associação Brasileira de Internet das Coisas).
“O Waze é um ótimo exemplo: ele transforma seu celular em um dispositivo IoT. Um monte de pessoas manda dados para a nuvem, eles são processados e o feedback é se o trânsito está bom ou ruim, se é melhor ir por ali ou por aqui”, continua.
Ele divide os principais componentes da Internet das Coisas em cinco categorias:
- Eletrônica e sensores
- Telecomunicação (chips e redes de transmissão de dados)
- Computação em nuvem (armazenam e processam os dados)
- Analytics (análise de dados)
- Inteligência artificial (os algoritmos que utilizam os dados para tomar decisões)
O que é a Internet das Coisas (IOT)
De maneira sucinta, Internet das Coisas é um conceito em contínua transformação que se aplica à crescente conexão entre o mundo online e offline. Através de algoritmos, chips e sensores em objetos diversos, que vão da torradeira ao carro autônomo, é possível criar uma comunicação (via Wi-Fi ou Bluetooth, por exemplo) entre máquinas que se alimentem dos dados criados.
A Internet das Coisas, assim como suas smart homes (casas inteligentes, em português), ainda estão no começo de sua potência. Segundo Luís, apenas cerca de 1% das coisas no mundo são conectadas. Mesmo assim, a consultoria Gartner Research estima que, até 2020, mais de 20,8 bilhões de dispositivos de Internet das Coisas estejam no mercado.
“Imagine quando você tiver sinais de carros, gente, tudo conectado e se autorregulando. É um panorama em que as coisas vão funcionar de acordo com como o mundo realmente funciona”, empolga-se Luís. Utilizando o exemplo de futuras frotas de carros autônomos, que trocam e emitem informações automaticamente, ele diz que os objetos de IoT serão capazes de se comunicar para tomar ações concretas – com ou sem intermediários humanos.
Em termos de automação residencial, os mais populares hoje incluem as lâmpadas inteligentes e as assistentes de voz em speakers inteligentes, como Alexa e Google Home. A Loft, em linha com essa revolução, recentemente distribuiu 50 dispositivos equipados com Alexa para seus clientes.
A nova fase da Internet
Para especialistas, a Internet das Coisas é a nova fase da internet. Se ela começou em idos dos anos 1960 como uma rede entre computadores, eventualmente, com ascensão dos computadores pessoais, tornou-se uma rede online de pessoas e comunidades. Hoje, com tantos aparelhos conectados, bilhões de smartphones nos bolsos e o poder computacional da nuvem, a IoT seria um passo lógico.
Dentro do ecossistema da Internet das Coisas, usuários podem se conectar a dispositivos através de voz ou aplicativos, conectar esses dispositivos a outros ou integrá-los em um centros de uso, como dashboards. Os dispositivos também podem se conectar entre si, automaticamente.
Com tantos produtos surgindo de maneira acelerada e cada vez mais barata, grandes empresas já se organizam em associações e alianças para buscar uma padronização de conectividade, como Open Interconnect Consortium (que une Dell, Intel e Samsung) e Allseen Alliance (LG, Panasonic e Microsoft). Nada muito diferente de trabalhar com um tipo de tomada ou banda larga, mas igualmente importante para desenvolver o mercado.
A lâmpada Philips Hue, um bestseller da Internet das Coisas, na prática. É possível aliar a decoração criativa com a Internet das Coisas!
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A origem da IOT ou “internet of things”
O termo Internet of Things foi utilizado oficialmente pela primeira vez em 1999 com Kevin Ashton, do Massachusetts Institute of Technology, instituto de ponta de tecnologia e onde surgiu a semente da Internet atual. Uma década depois, ele escreveu o artigo That ‘Internet of Things’ Thing para ampliar sua visão sobre o tema.
“Somos seres físicos e nosso ambiente também é. Nossa economia, sociedade e sobrevivência não são baseadas em ideias ou informações. São baseadas em coisas. Você não pode comer bits, queimá-los para se aquecer ou colocar seu gás em um tanque”, explica. “Se tivéssemos computadores que soubessem tudo que pudessem sobre coisas – usando dados que obtiveram sem nossa ajuda –, nós poderíamos acompanhar e contar tudo e reduzir muito nosso lixo, perdas e custos. Saberíamos quando as coisas precisassem ser substituídas, consertadas ou recolhidas, e se estivessem frescas ou tivessem passado do ponto.”
Ele continua, falando que é preciso criar computadores capazes de “ver, ouvir e cheirar o mundo por conta própria, em toda sua glória aleatória”. Tecnologias de sensores e identificação por radiofrequência (como Wi-Fi e Bluetooth) permitiriam que computadores observassem, identificassem e entendessem o mundo sem as limitações humanas. Parece familiar?
A Internet das Coisas no Brasil
Por aqui, o setor já se organiza. A Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial) foi fundada em 2000, anos antes do conceito de IoT se popularizar. Hoje oferece cursos de certificação para formar profissionais integradores, um tipo de curso de automação residencial que ensina como integrar diversos sistemas em um todo para que funcionem bem e de forma segura em conjunto.
Já a Abinc (Associação Brasileira de Internet das Coisas) surgiu em dezembro de 2015 para fomentar o ecossistema crescente no Brasil, inclusive junto ao governo, protegendo e incentivando as diversas frentes que compõem a Internet das Coisas. Atualmente, há 50 entidades associadas.
Uma das frentes de trabalho da Abinc é impulsionar a adoção de redes de transmissão de dados mais baratas, como LoRa e Sigfox, através da implementação de antenas pelo país para aumentar a cobertura em território nacional. “O grande pulo do gato para se ter milhões de conexões são as redes específicas de transmissão de dados, que possuem um custo mensal barato, e hardware barato”, explica Luís Viola.
Em termos legislativos, há no Brasil – mesmo país em que vigora o Marco Civil da Internet, uma lei elogiada mundo afora para regular o uso da Internet no país através de princípios, garantias, direitos e deveres – o Projeto de Lei 7656/17.
A proposta quer zerar taxas e contribuições que oneram dispositivos de comunicação máquina a máquina e que envolvem tráfego de informações, como, por exemplo, medidores de água e energia. O objetivo é incentivar economicamente seu desenvolvimento.
“O potencial de inovação da ‘internet das coisas’ alcança as mais variadas esferas da vida humana, com enorme impacto sobre a economia das nações. Nesse sentido, abrange aplicações tão distintas quanto automação veicular, controle de irrigação agrícola e acompanhamento remoto de sinais biológicos de pacientes, entre inúmeras outras”, explica o deputado federal Vitor Lippi, autor do PL.
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Impacto da tecnologia na automação residencial
A automação residencial permite o controle a distância de diversas partes da casa, seja através de uma reação devido à presença do controlador (coordenada via GPS), aplicativo ou comando de voz.
Com fechaduras inteligentes, por exemplo, você não precisa ficar imaginando se fechou a porta ou não – consegue checar na hora e, se for o caso, trancá-la ou destrancá-la. Um aspirador inteligente utiliza seus sensores para fazer a limpeza da casa e, quando termina, volta sozinho ao seu dock de carregamento.
Com lâmpadas inteligentes, pode criar rotinas, controlar com um toque ou com a voz se estão ligadas ou não e mesmo configurar aviso específicos, como uma determinada cor quando chega um e-mail importante.
Com assistentes de voz, não é preciso sacar o celular para perguntar ao Google quanto tempo um determinado filme tem, qual o clima lá fora ou se o trânsito está muito carregado até o trabalho.
Em termos de economia de recursos, pode instalar dispositivos que medem seu consumo de água, gás ou energia elétrica, desligar automaticamente a televisão quando sair de casa ou configurar o ar-condicionado para gelar o ambiente na medida certa – e desligar assim que chegar na temperatura ideal.
A ideia é que a integração tecnológica seja cada vez maior no dia a dia da casa. Se hoje já é possível pedir para a Alexa para colocar itens no carrinho virtual, pensa-se em um futuro próximo em que seu eletrodoméstico avise o sistema da casa que o leite está chegando ao fim.
Entre os dispositivos de automação residencial que já existem estão:
- Philips Hue (lâmpadas inteligentes)
- Curb Energy (monitoramento de consumo de energia elétrica)
- Ecobee Thermostat (termostato inteligente)
- Amazon Echo (utiliza Alexa, a assistente de voz da Amazon)
- Google Home (utiliza a assistente de voz do Google)
- Fone de ouvido JBL (pode ser ativado via comando de voz)
- Smart TVs LG (pode ser ativada via comando de voz)
- Roomba (aspirador de pó inteligente)
Ponto de atenção da automação residencial
Quando se trata de automação residencial, uma das preocupações atuais compartilhadas por usuários e especialistas é a segurança dos dados, às vezes não criptografados. É importante frisar que, ao adquirir esses dispositivos, adquire-se algo muitas vezes conectado à Internet e que armazena seus dados pessoais. Por isso, é importante não se esquecer desse fator – e trocar as senhas de fábrica por senhas personalizadas assim que possível!
Casa inteligente: vantagens de investir na Internet das Coisas
A vasta maioria de consumidores que já possui algum dispositivo de Internet das Coisas em casa está feliz no momento – pelo menos nos EUA, onde mais de 60 milhões já possuem uma assistente de voz funcionando. De acordo com uma pesquisa da consultoria Pricewaterhouse Cooper, mais de 90% de usuários estão satisfeitos.
Não é à toa. Uma casa inteligente é capaz de:
- Otimizar uso de recursos (e, portanto, trabalhar de forma mais sustentável)
- Aumentar a segurança do espaço
- Trazer mais conforto e praticidade
- Customizar ambientes e respostas de acordo com cada morador
- Aumentar a qualidade de vida
- Economizar gastos financeiros
Na moradia de Luís Viola, da Abinc, não falta automação residencial. Por lá, além da iluminação inteligente, ele configurou a segurança de entrada para que enviasse um e-mail quando o portão ou a porta se abrem e criou até um sistema por conta própria para dar conta da crise hídrica de São Paulo, em 2014.
Ao acoplar sensores na caixa d’água, pode acompanhar a quantidade de água disponível e quantos metros cúbicos a Sabesp estava entregando. Anos depois, o sistema ainda vigora, assim como outro parecido ligado ao botijão de gás, em que um sensor de pressão avisa quando o objeto está ficando vazio.
Essa é, na verdade, uma das grandes vantagens da Internet das Coisas como um todo: trata-se de uma análise constante de comportamento de objetos que avisa o usuário quando algo foge à regra. Ou seja, quando se tornou ou está prestes a se tornar um problema.
Assim, o cotidiano, seja em uma casa, estúdio ou apartamento luxuoso se torna mais tranquilo e os sobressaltos diminuem – pelo menos quando se trata do funcionamento de casa.
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