Se você é do tempo em que revestimento de cozinha era sinônimo daquele azulejo quadradinho, com desenhos de flores e antiquado, saiba que esse conceito ficou no passado. Para além dos antigos materiais, hoje existem variados tipos de revestimentos e possibilidades para compor esse ambiente.
Nos últimos anos os materiais de acabamento evoluíram bastante. São diversas opções de revestimentos para cozinha disponíveis. Os mais comuns são: as cerâmicas, porcelanatos, ladrilhos hidráulicos, pinturas monolíticas (base de resina sem rejuntes) e até mesmo vinílicos especiais para área de cozinha.
Além da tecnologia, que permitiu o desenvolvimento de revestimentos mais duráveis e resistentes, existe hoje uma demanda e exigência estética: ninguém mais quer uma cozinha “padrão anos 80”. Esse ambiente da casa deixou de ser um local de serviço e tornou-se um espaço social, de encontros, queridinhos de moradores e designers.
Com a popularização das cozinhas abertas e integradas, ou a chamada cozinha americana, veio também a busca por revestimentos mais nobres, com cores e formatos diferenciados, como é o caso do porcelanato com aparência de madeira ou pedra natural (imitam mármore e granito), trazendo mais sofisticação e requinte.
Outros revestimentos mais artesanais, como o ladrilho hidráulico ou as pedras naturais (granito e mármore), também são opções para cozinha e trazem elegância, sofisticação e requinte. Mas, nesse caso, é importante saber que esses revestimentos são mais vulneráveis. Afinal, a cozinha é um ambiente úmido, onde restos de preparo de alimentos, a água da lavagem da louça e a gordura resultante da cocção estarão em contato direto com as superfícies, sejam paredes ou pisos.
Como escolher piso e revestimento para cozinha?
Vamos começar pelos revestimentos mais populares. Acabamentos cerâmicos e porcelanatos costumam ser mais usados em cozinhas residenciais, e isso está muito ligado à oferta de modelos, diversidade de estampas, formatos e tamanhos, que ajudam a compor qualquer decoração, principalmente quando instalados nas paredes.
A popularidade desses revestimentos também se dá pela praticidade. “Eles costumam ter boa resistência, são fáceis de limpar e fáceis de instalar”, diz a arquiteta Cláudia Novaes.
A diferença entre esses dois materiais é basicamente a composição e a forma como são feitos, explica o arquiteto Eduardo Braga. “A cerâmica é composta por 30% pedra e cerca 70% de argila. O porcelanato é o contrário, 70% de pedra e 30% de argila. O porcelanato é bem mais resistente, mas também fica bem mais caro. A cerâmica acaba sendo uma solução mais econômica”, explica. “Já o porcelanato não precisa de manutenção, tem maior resistência”, acrescenta.
No processo de fabricação, a cerâmica é queimada a cerca de 850ºC, enquanto a queima do porcelanato é feita em temperatura muito superior, que pode ultrapassar os 1200ºC. Isso interfere no tamanho das peças: as cerâmicas costumam ser menores, até 60 cm X 60 cm, enquanto os porcelanatos podem apresentar lastro que chegam a 190 cm, o que faz desse material um substituto para pedras naturais como granito e mármore.
Qual o melhor revestimento para cozinha?
Não há resposta única para essa pergunta, mas alguns fatores podem ajudar na decisão. “Na hora de escolher o revestimento de uma cozinha, é importante levar em consideração a resistência dos produtos, como o espaço é usado, se o cliente está disposto a colocar um acabamento mais delicado ou quer mais praticidade para não pensar muito na hora de limpar ou cuidados de uso”, aconselha a arquiteta Cláudia.
Além disso, há uma gama variada de marcas que oferecem produtos adaptáveis – para espaços pequenos, cozinhas abertas, para bancadas, para fontão ou backsplash (área em cima da pia) – com valores diferenciados para se encaixar em todo tipo de orçamento, dos mais simples aos mais elaborados.
A escolha dos modelos vai depender de gostos pessoais e do estilo de decoração escolhido para aquele espaço. “Às vezes, o cliente quer algo mais clean ou mais rebuscado, e isso vai direcionar a escolha”, diz a arquiteta.
Cláudia Novaes explica que a disponibilidade de um revestimento também pode ser um fator importante na hora de decidir sobre os acabamentos da cozinha, principalmente em grandes obras com paredes e pisos revestidos. “Precisamos sempre observar o que está sendo lançado pelas empresas no momento, isto é, o que está disponível no mercado.”
Os fabricantes costumam lançar modelos de revestimentos por temporada e depois podem retirá-los de linha. “Apesar da gama de acabamentos ser muito grande, ainda existe uma moda, então é importante procurar algo que está disponível, e que não vai faltar”, aconselha.
Uma boa estratégia para não ficar sem peças é usar revestimento para cozinha branco, nas áreas molhadas. Existem diversos modelos e texturas, que vão se encaixar perfeitamente em qualquer estilo de decoração.
Revestimento para parede de cozinha
Estética e funcionalidade continuam sendo determinantes na hora de escolher o revestimento das paredes. Azulejos ou peças de cerâmicas são boas pedidas, porque possuem uma gama enorme de desenhos, dando diversas possibilidades de design, são fáceis de limpar e de custo mais acessível. “Há uma gama grande de variedades, principalmente para as paredes”, lembra a arquiteta Cláudia Novaes.
A disponibilidade desses revestimentos está muito ligada à moda ou tendências do momento. Lembra dos azulejos no estilo “metro white”, no formato retangular? Eles viraram febre um tempo atrás e eram usados em diversos projetos mais modernos. Ganharam repaginação e outras cores e permanecem no mercado como uma boa solução para paredes e bom custo-benefício.
Acabamentos rústicos como ladrilho hidráulico e granilites com base em cimento ficam lindos em cozinhas, ideal para paredes, mas não são aconselháveis perto da área de cozimento, pelo alto nível de gordura nesses ambientes, afirma Cláudia. Portanto, a dica é colocá-los numa parede de destaque, próximo a uma mesa de almoço, uma bancada, ou até no fundo do armário aberto.
Outro material bastante comum e que já esteve em alta – embora nunca tenha saído de moda – é a pastilha, que pode ser feita de vidro, porcelana ou cerâmica. Revestimento mais nobre e que exige uma mão-de-obra mais especializada (e costuma pesar mais no orçamento, portanto), ela tende a ser utilizada em detalhes, como no frontão ou backsplash (área na parede atrás das torneiras, onde respinga água da lavagem da louça) e em alguma paredes decorativa.
As paredes também podem ser revestidas por peças inteiriças de pedra natural, como granitos e mármores. No caso dos mármores, como são materiais mais porosos, a dica é a mesma válida para os ladrilhos: evitar instalar em regiões onde há mais gordura.
“Antigamente, os acabamentos para cozinha eram focados nas áreas molhadas. Mas com a mudança dos conceitos arquitetônicos, podemos usar outros revestimentos com mistura muito grande. Há peças que eram usadas no banheiro e hoje foram para a cozinha e outras que eram específicas da cozinha e foram parar no banheiro. Há muitas possibilidades”, diz Cláudia.
Pisos para cozinha
A escolha do piso da cozinha deve levar em conta a resistência, segundo o arquiteto Eduardo Braga. “Primeiro você deve saber: onde esse piso será instalado? Uma área úmida? Um local de grande circulação de pessoas? É importante verificar a classificação de resistência do material”, diz. Esse dado costuma estar nas embalagens e são fornecidos pelos fabricantes
“Os porcelanatos e os granitos são muito resistentes. Já o mármore, por ser mais poroso, não é tão indicado para o piso, terá mais problema com gordura, mas pode ser instalado na cozinha dependendo do uso desse ambiente”, aconselha o arquiteto.
“A cerâmica não é tão resistente quanto o porcelanato no piso. Embora seja uma opção mais barata, vez ou outra, você terá que trocar uma danificada ou até o piso todo”, alerta Eduardo. “O ideal é alinhar a resistência do material com a beleza dele, esse é o ponto principal. Um porcelanato ou um granito não te darão problemas no piso da cozinha.”
Outra dica do arquiteto é considerar a textura do piso. “Alguns modelos deixam o piso menos escorregadio.” Tanto os porcelanatos como os pisos cerâmicos possuem diversos tipos de alto-relevo ou textura que ajudam a evitar as quedas.
As instruções de uso de cada modelo também costumam constar nas embalagens dos pisos e vão ajudar a definir se aquela peça escolhida é a ideal para a sua cozinha. Os porcelanatos são os queridinhos dos designs para pisos de cozinhas residenciais. “Existem peças grandes que, ao serem instaladas, dão a sensação de cimento queimado, com um processo bem mais simples de instalação.”
Os pisos vinílicos e a pintura monolítica – mais conhecida por porcelanato líquido – também são opções de piso para cozinhas que têm sido procuradas por arquitetos e designers pela resistência à água e durabilidade, além de deixar o ambiente mais personalizado.
Colaboração de Marcela Guimarães
Comentários
Joirce S A Marins
O piso colocado em cima de outro piso,sem precisar quebrar e fazer sujeira é resistente?
LUZIMAR PEREIRA
SIMPLESMENTE MARAVILHOSO.
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