Centro do Rio: como é morar no bairro cheio de cultura e lazer

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Em alta, bairro contabilizou crescimento de quase 110% em vendas residenciais no primeiro trimestre, segundo sindicato

29 de agosto de 2022

Autor Time Loft
Atualizado: 11 de setembro de 2023 9 min de leitura
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O mais famoso bairro comercial da cidade se prepara para receber uma vizinhança diferente. Com a promessa de revitalização na região e construtoras em ritmo acelerado, os espaços predominantemente corporativos dão vez a construções residenciais e despertam o interesse de quem busca por apartamentos no Rio de Janeiro. De acordo com o diretor de vendas da Loft, Filipe Camargo, a busca por imóveis no Centro do Rio de Janeiro aumentou 55% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado.

“A procura está em alta e as construtoras aceleram esta mudança de perfil no bairro com os lançamentos previstos. Para quem não quiser esperar para adquirir um apartamento no Centro do Rio, há também imóveis mais antigos, com valores atrativos e boas possibilidades de negociação. Se quer comprar imóvel no Centro, o momento é promissor”, incentiva o diretor.

Camargo disse ainda que o bairro tem sido procurado não só por jovens em busca do primeiro imóvel, mas também por famílias inteiras, de olho na relação custo-benefício que o local oferece. É possível encontrar um apartamento de dois quartos na região por um preço médio de R$ 374 mil, segundo dados da Loft. Além de reunir milhares de empresas e entidades públicas, a ampla oferta de transportes (o bairro conta com trens, metrô, ônibus, veículo leve sobre trilhos, barcas e até aeroporto) combinada à localização estratégica e às opções culturais, tornam a área um local atrativo. “Em breve, será mais interessante morar no Centro do que em bairros do Rio de Janeiro tradicionais da Zona Norte, por exemplo”, estima Camargo.

Segundo o recente estudo do Loft Dados, o metro quadrado de um imóvel no Centro custa R$ 7,1 mil. O bairro ocupa a 17ª posição entre os 62 bairros da cidade listados e está na frente de regiões como a Tijuca, na Zona Norte, que aparece no ranking custando R$ 6,6 mil. Ao todo, mais de 64,3 mil imóveis foram avaliados pelos especialistas da startup, com base em anúncios disponíveis no site da Loft e de outras plataformas, entre maio de 2020 e maio de 2022.

Vendas residenciais aquecidas

Segundo relatório do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (SecoviRio), no 1º trimestre de 2022, a região do Centro teve crescimento de 107,8% na venda de imóveis residenciais em relação ao mesmo período de 2021. Um salto expressivo, considerando o aumento de 2,9% nas vendas de imóveis comerciais no mesmo período . O estudo foi feito com base nos dados da Prefeitura e analisados pelo Centro de Pesquisa e Análise da Informação do sindicato.

Para o vice-presidente da entidade, Leonardo Schneider, este crescimento reflete as mudanças na economia, o fomento à revitalização da região e a tendência de ocupação dos grandes centros urbanos, a exemplo de cidades como Barcelona, na Espanha; Região do Porto, em Portugal; e Sidney, na Austrália.
“Originalmente, o centro é uma área residencial e que sofreu muitas transformações ao longo das décadas. A cidade cresceu a caminho do litoral e o centro histórico do Rio de Janeiro ficou esquecido. A retomada da região, além de ser inspirada na experiência de revitalização feita com bom êxito em outros países, foca na promoção da habitação de maneira ampla, não apenas para atender grupos segmentados”, explicou o vice-presidente do SecoviRio.

Bairro em processo de revitalização

Os desafios são grandes: reverter o esvaziamento dos bairros do centro do Rio de Janeiro, acelerado pela ampliação da prática do trabalho remoto, e tornar a região multifuncional. O plano Reviver Centro, de recuperação urbanística, cultural, social e econômica da região, sancionado em julho de 2021, prevê uma série de incentivos fiscais para novos empreendimentos e também para quem quiser investir em retrofit. O processo de reconversão transforma espaços exclusivamente comerciais em moradia ou em edifícios que contemplem as duas propostas. Os resultados são animadores: já são 22 pedidos de licenças, sendo 17 reconversões e cinco novas construções, totalizando 1.788 unidades residenciais previstas. Número que ultrapassa os lançamentos contabilizados nos dez anos anteriores nesta região, segundo informações da Prefeitura do Rio.

Com a segunda menor densidade demográfica da cidade (só perde para a Zona Portuária) e pouco mais de 41 mil habitantes, de acordo com o último censo de 2010, o Centro ainda precisa vencer a barreira da sensação de segurança. O Reviver conta com esforços coordenados de conservação para oferecer ao carioca um nível de percepção positivo, que aumente o grau de confiança na região.

Av. Presidente Vargas é uma das principais vias do Centro do Rio. Local abrigará novo empreendimento imobiliário que já é sucesso de vendas. Foto: Shutterstock

Desde que o plano foi sancionado, já foram lançadas as áreas de excelência urbana no Largo da Carioca, Buraco do Lume e toda a extensão da Avenida Rio Branco (do Castelo à Praça Mauá) e na Cinelândia. Todas receberam a força-tarefa de serviços para atrair os novos moradores.

“O projeto de revitalização da prefeitura está avançando e estamos apoiando a retomada. Quem imaginaria um lançamento de residencial na Presidente Vargas? Vendeu muito bem. São entregas de médio e longo prazos, é verdade, mas já é possível sentir os ares da mudança e prever o potencial de valorização de toda região”, observa Schneider, fazendo referência ao prédio de 360 apartamentos e 18 andares, que será lançado ao lado da estação do metrô de mesmo nome.

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Centro do Rio de Janeiro é perigoso?

As perspectivas em relação à ocupação dos residenciais são otimistas, mas a insegurança ainda pesa na balança. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Estado (ISP) houve aumento no número de roubos em toda a região do Centro, em relação ao ano passado. Entretanto, a área não está entre os bairros mais perigosos do Rio. É a Zona Norte a que mais sofre com violência urbana, segundo informações divulgadas pelo Instituto Fogo Cruzado. A região concentrou, segundo o relatório divulgado no início deste mês, 138 tiroteios/disparos de arma de fogo. Entre os bairros, os mais afetados foram Complexo do Alemão e Campinho.

A distribuição da violência na cidade do Rio ficou posicionada da seguinte forma: Zona Norte, com maior índice de ocorrências, seguida da Zona Oeste, Centro e, por último, a Zona Sul.

Rio terá primeiro distrito de baixa emissão do país

O Reviver Centro conta ainda com a implantação de um Distrito de Baixa Emissão de gases que causam o efeito estufa, no trecho entre as avenidas Beira Mar e a Marechal Floriano, e entre o Campo de Santana e a Orla Conde. A primeira fase consiste na requalificação de 35 mil metros quadrados de área pública na região e será finalizada em 2024. O trabalho será feito em etapas, com conclusão prevista para 2030. O plano inclui implantação de ciclovias, uso de veículos elétricos para a coleta de lixo, ações educativas, aumento de áreas verdes e incentivo ao retrofit.

Ações de melhoria do projeto Reviver Centro, no Rio. Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro

Centro Histórico do Rio de Janeiro

O Centro oferece facilidade não apenas para chegar ao coração comercial da cidade, mas também para vivenciar as centenas atividades culturais e de lazer da região todos os dias da semana. A área em si já é um passeio pela história do Brasil. É possível morar perto do Paço Imperial, na Praça XV, por exemplo, que já foi a Casa dos Vice-Reis, abrigou a Coroa Portuguesa, em 1808, e foi palco do famoso Dia do Fico, em 1822. Mais adiante, está o Arco do Teles, retrato do Rio Colonial com arquitetura e calçamento preservados, que atraem cariocas e turistas diariamente. Já o imponente Theatro Municipal, na Cinelândia, uma das mais importantes casas de espetáculo da América Latina, desde 1909 encanta visitantes do mundo inteiro com óperas, orquestras e apresentações de dança. A lista do que fazer no Centro do Rio é vasta.

Localizado no Centro do Rio, Real Gabinete Português de Leitura foi inaugurado pela Princesa Isabel e é um dos tesouros culturais da cidade. Foto: Shutterstock

Para os amantes da arte, são mais de 20 espaços dedicados a exposições, entre eles: Museu Nacional de Belas Artes, Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio, Museu Histórico Nacional, Museu Judaico, Museu Arte Moderna, Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, Museu da República, Centro Cultural Banco do Brasil e o Museu da Imagem e do Som.

Quem prefere um ambiente de tranquilidade para apreciar um livro pode escolher estar perto do Real Gabinete Português de Leitura, uma das mais importantes construções do Centro da cidade, inaugurada em 1887 pela Princesa Isabel. Outro ponto de visitação importante é a Biblioteca Nacional, que data de 1910 e tem estilos art noveau e neoclássico. A biblioteca conta com acervo de mais de 9 milhões de volumes.

Os que optam por uma programação mais intensa, podem escolher a região da Lapa. Além de desfrutar diariamente da beleza dos arcos, obra do período colonial, é possível aproveitar a badalação garantida pela proximidade de bares, restaurantes e casas noturnas, além das já conhecidas casas de show Fundição Progresso e Circo Voador. A Lapa reúne milhares de pessoas durante os fins de semana e promete manter a vizinhança em clima de festa durante o ano inteiro.

Colaboração de Mariana Jucá

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