O que fazer nas férias no condomínio para crianças

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Criar brincadeiras de colônias de férias no prédio é uma boa opção para crianças e adolescentes no período sem aulas. Além da contratação de empresas especializadas em atividades esportivas e recreativas, os condomínios podem criar regras de convivência para garantir um período tranquilo

03 de julho de 2022

Autor Time Loft
Atualizado: 25 de abril de 2023 9 min de leitura
crianca brincadeira ferias

O período de férias chegou e a pergunta é inevitável: o que fazer com as crianças durante as férias? Para os pais que não podem interromper o trabalho ou famílias que não vão viajar, as férias escolares podem virar motivo de dor de cabeça.

As atividades de recreação nos condomínios são alternativas práticas e podem ajudar a aliviar a tensão dos pais, além de tirar os filhos dos eletrônicos. Em São Paulo, é possível encontrar uma série de empresas que oferecem atividades para aproveitar as férias voltadas às crianças e aos adolescentes.

Lazer no período de férias no condomínio

“No meu condomínio sempre tem atividades de recreação nas férias escolares, num horário fixo, das 10 da manhã às 5 da tarde, com pausa para almoço. Ajuda demais! Quando eu estava em home office e as crianças em casa, de férias, facilitou bastante a nossa rotina do dia a dia”, conta Giovanna Chiarelli, mãe de uma menina de 5 anos.

“Temos um bosque aqui e a administração criou uma fazendinha, com patos, galinha, pavão e até coelho. As crianças se divertem com os animais, tudo dentro do condomínio”, conta.

O complexo residencial onde Giovanna mora, na Zona Leste de São Paulo, tem sete torres e as atividades recreativas já fazem parte do valor do condomínio. Giovana não paga nada a mais nas férias, que faz parte do pacote contratado pela administração condominial.   

Condomínios viram colônias de ferias

O mais comum entre os condomínios, no entanto, é a contratação de empresas especializadas em recreação e esportes para período de férias ou datas comemorativas, como a semana da criança. Elas montam verdadeiras colônias de férias em condomínios.

“Montamos uma grade de brincadeiras, onde as crianças podem fazer atividades de quadra, jogos, torneios, gincanas, oficinas e cursos. Separamos por faixa etária e apresentamos para os condomínios. Normalmente, eles aceitam de imediato, ou fazemos alguma adaptação, ajuste de atividade, horário e período”, conta Marcello Cafaro, diretor comercial da Bem Me Quer Sports, que atua na Grande São Paulo.

No pacote, são oferecidos monitores treinados para atuar com crianças e adolescentes, e as atividades são separadas por faixa etária: 2 a 4 anos, 5 a 7 anos, 8 a 12 e adolescentes. “Crianças menores, de até 4 anos, precisam do acompanhamento de um responsável, por serem muito pequenas”, explica.

“Os pais ou responsáveis pela criança preenchem uma ficha com todos os dados sobre a criança e as informações dos pais para, se necessário, entrar em contato. Mas normalmente as crianças maiores ficam quatro horas nas atividades, deixando os parentes tranquilos”, conta o representante da Bem Me Quer Sports.

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Empresas especializadas oferecem serviço de colônia de férias no condomínio. Foto: Shutterstock
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Como dividir os custos de atividades de férias no condomínio?

Existem duas formas de fazer essa cobrança. 

Administração condominial

Uma delas é a administração condominial ratear os custos com todos os moradores na taxa de condomínio, o que costuma ser adequado quando tem mais de 70% das unidades com crianças. Nesse caso, é preciso que a contratação de um serviço externo de atividades recreativas seja aprovado em assembleia.

Dividir entre os moradores interessados

Outra forma é a empresa prestadora de serviços montar o pacote e cada apartamento interessado fazer a contratação, de forma direta e individualizada. É assim que acontece em um condomínio de alto padrão de apartamentos na Vila Leopoldina, zona Oeste de São Paulo.

Todos os anos o condomínio recebe uma série de propostas de empresas diferentes. O conselho administrativo e o síndico deve avaliar as empresas e a grade de atividades sugeridas diante da demanda das famílias e fechar o contrato com o melhor custo-benefício.

“Neste caso, é recomendado que o condomínio tenha um número mínimo de adesão para viabilizar a recreação”, aconselha Angélica Arbex, diretora de marketing da Lello Condomínios, que administra 3 mil empreendimentos pelo país.

Aos síndicos ou funcionários do condomínio cabe garantir que os profissionais contratados cumpram com as normas prescritas em contrato, garantindo diversão com segurança para todas as faixas etárias.

“Para contratar, é sempre importante buscar recomendações e avaliações dos que já usaram aquele serviço. Não abra mão de conversar com todos os prestadores para se certificar de que todos os pontos que são essenciais para o seu condomínio são parte das políticas da empresa que será contratada”, aconselha Angélica.

Atividades para as férias diminuem acidentes e reclamações

Em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, um imenso condomínio com 960 unidades começa a organização das atividades para crianças e adolescentes um mês antes do início das férias escolares. 

“São diversas atividades, como oficina de desenho, jogos, gincanas, esconde-esconde, queimada, quebra cabeças, bolinhas de gude, entre outras. Nosso foco é oferecer atividades para o maior número de crianças e adolescentes possível, melhorando assim o convívio dentro do condomínio”, explica Marisa Miranda de Oliveira, síndica profissional que administra o condomínio no Taboão.

Marisa conta que as férias escolares eram motivo de preocupação a mais para os pais e um trabalho incansável para o síndico. “A maior dificuldade que encontrávamos era a circulação de um grande número de crianças nas áreas comuns e risco de acidentes em meio ao grande fluxo de veículos transitando”, lembra.

Nesta época do ano, os índices de danos ao patrimônio também costumavam aumentar, além das reclamações de barulho.  

“As crianças tinham poucas opções de atividades lúdicas e muitas delas ficavam brincando nas áreas comuns como garagens, alamedas e halls. Foi nesse momento que optamos por contratar uma assessoria de recreação infantil para o período de férias de janeiro e de julho. Depois da implantação, recebemos vários elogios”, conta a síndica, que também é professora. 

Marisa e o corpo diretivo do condomínio aprovam as atividades oferecidas e fazem sugestões de brincadeiras e oficinas para este período. Além de uma interação social maior entre os moradores, a síndica diz que houve uma significativa queda de danos no patrimônio comum.

Dicas para segurança, diversão e boa convivência

Mesmo em condomínios que não possuem contratos com assessorias esportivas, é possível organizar atividades que ajudem a entreter as crianças e os adolescentes sem sair de casa e, ao mesmo tempo, manter um clima agradável, seguro e organizado para adultos que ali convivem.

“Na parte que cabe ao condomínio, ele pode proporcionar um período agradável, organizando e garantindo que as áreas de lazer estejam com a manutenção em dia, favorecendo a segurança de todos na hora da brincadeira”, afirma Angélica Arbex.

Além das responsabilidades que os condomínios devem ter, é importante que os pais compreendam o papel deles como responsáveis para orientar os filhos sobre o uso das áreas comuns, incentivando-os a assumir responsabilidades, cuidando do bem-estar de todos que vivem no condomínio.

“Nada de brincadeiras em elevadores, por exemplo. À medida que as crianças entendem que as regras existem para o bem comum e não para mandar ou punir, vão se dando conta da necessidade de cumpri-las para o bem comum”, aconselha a representante da Lello Condomínios.

Atividades para crianças dentro do condomínio

A Lello Condomínios organizou algumas dicas e orientações para auxiliar síndicos e administradores durante o mês de julho:

Organize um campeonato de jogos de tabuleiro

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Campeonatos e jogos são boas formas de entreter as crianças e adolescentes nas férias em condomínio. Foto Shutterstock

Principalmente quando o condomínio é pequeno. Caso não haja sala de jogos, considere o salão de festas nos dias de semana em que o espaço esteja livre, usando jogos doados pelos condôminos ou arcado como parte do investimento mensal das taxas condominiais. Isso deve ser aprovado em assembleia, assim como as regras para um bom uso e conservação dos itens. Um funcionário ou voluntário poderá ficar responsável em ajudar a manter a ordem e o cumprimento das regras.

Utilize as quadras e os campos do condomínio

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Neste prédio na Zona Oeste de São Paulo a assessoria esportiva é contratada pelo condomínio e o valor é dividido entre as famílias que têm interesse no serviço. Foto: arquivo pessoal de morador

Para gincanas e jogos coletivos, supervisionados por um adulto. O condomínio pode contratar uma escolinha de esportes ou profissionais de recreação para ter um campeonato organizado e seguro para todas as faixas etárias.

Piquenique coletivo

Em uma manhã ou um lanche da tarde das férias, é uma ótima maneira para promover o convívio em comunidade. Vale a pena estipular horários para os públicos segmentados, mantendo os interesses de cada faixa etária. O cardápio pode ser livre, para os pais decidirem o que cada um vai levar, ou proposto pelo condomínio: salgados para apartamentos com terminação par, doces para apartamentos com terminação ímpar e todos levam a bebida de preferência.

Show de Talentos

Com crianças que gostam de dançar e cantar – alguns  podem ensaiar uma coreografia, outros uma peça de teatro. Poesias autorais podem ser recitadas ou uma banda pode tocar num show onde os pais e  demais condôminos serão convidados.

Construir hortas nos espaços verdes

É uma maneira de fomentar nas crianças a importância do cultivo, o respeito com o meio ambiente e o aprendizado de ciclos. Basta oferecer espaços verdes dentro do condomínio para a prática. O síndico pode fornecer materiais simples como terra, mudas e ferramentas, e organizar grupos que possam plantar e zelar pelo cultivo e colheita.

Colaboração de Marcela Guimarães

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