No Brasil, alguns índices são utilizados para medir a variação de preços de produtos e serviços consumidos pela população. Um dos mais importantes é o INPC: Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
O objetivo desses índices é calcular se os preços aumentaram ou diminuíram no período estabelecido. Quando a variação é positiva, ou seja, quando os preços de uma cesta de produtos e serviços sobem, o nome dado a esse processo é de inflação. Quando o fenômeno é o contrário, chama-se de deflação.
O INPC também é utilizado para definição do salário mínimo, reajustes salariais em negociações trabalhistas e correção do valor da aposentadoria.
O que é o INPC?
O INPC é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde o fim da década de 1970 para medir o custo de produtos e serviços consumidos por famílias da faixa de renda de 1 a 5 salários mínimos (R$ 1.212,00 a R$ 6.060,00 em 2022), considerando que a pessoa de referência (chefe de família) é assalariada.
O motivo para que o INPC tenha como referência as famílias desse estrato de rendimento se dá pela importância de ter um indicador que mensure os efeitos das variações de preços nos grupos mais vulneráveis.
Além de mensurar a variação de preços, o INPC considera o peso que cada item tem no orçamento das famílias – desta forma, o índice também afere como anda o poder de compra da população (capacidade de adquirir algo com uma determinada quantidade de dinheiro).
Ele mede um público diferenciado e uma cesta específica de produtos porque grande parte do orçamento dessas famílias vai para o consumo imediato (alimentação, habitação, saúde, etc.), o que deixa esse público mais vulnerável às oscilações de preço e serve para identificar como está se comportando o poder de compra dessa população.
Como é o cálculo do INPC?
O INPC é produzido mensalmente a partir dos Índices de Preços ao Consumidor Regionais, em que o IBGE calcula o valor do índice regionalizado e, depois, determina uma variação geral de preços ao consumidor no período.
A coleta de informações é feita nos domicílios e em estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Vitória. O índice também abrange as famílias das cidades de Brasília, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Segundo o IBGE, o levantamento engloba, aproximadamente, 430 mil preços em 30 mil locais.
A cesta de produtos e serviços consumidos é definida pela Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF -, que examina o que a população consome e quanto do rendimento familiar é gasto em cada item de nove grupos:
- Alimentação e bebidas;
- Habitação;
- Artigos de residência;
- Vestuário;
- Transportes;
- Saúde e cuidados pessoais;
- Despesas pessoais;
- Educação;
- Comunicação.
Por se tratar de um índice que apura a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal mais baixa, os itens do grupo alimentação e bebidas, transporte e habitação têm um peso maior no consumo e, consequentemente, no orçamento familiar.
INPC acumulado 2023
Segundo o IBGE, o valor do INPC acumulado em 2023 foi de 2,59% em julho, abaixo dos 4,98% registrados em julho de 2022. Em julho de 2023, o índice teve queda de -0,09% ante queda de -0,10% em junho e alta de 0,36% em maio.
Data | Variação (em %) | Acumulado 12 meses (em %) |
---|---|---|
Julho/2023 | -0,09 | 3,53 |
Junho/2023 | -0,10 | 3,00 |
Maio/2023 | 0,36 | 3,74 |
Abril/2023 | 0,53 | 3,83 |
Março/2023 | 0,64 | 4,36 |
Fevereiro/2023 | 0,77 | 5,47 |
Janeiro/2023 | 0,46 | 5,71 |
Dezembro/2022 | 0,69 | 5,93 |
Novembro/2022 | 0,38 | 5,97 |
Outubro/2022 | 0,47 | 6,46 |
Setembro/2022 | -0,32 | 7,19 |
Agosto/2022 | -0,31 | 8,82 |
Tabela INPC 2022
O valor do INPC acumulado em 2022 foi de 5,93% em dezembro, abaixo dos 10,16% registrados em dezembro de 2021.
Data | Variação (em %) | Variação no ano (em %) |
Janeiro/2022 | 0,67 | 0,67 |
Fevereiro/2022 | 1,00 | 1,68 |
Março/2022 | 1,71 | 3,42 |
Abril/2022 | 1,04 | 4,49 |
Maio/2022 | 0,45 | 4,96 |
Junho/2022 | 0,62 | 5,61 |
Julho/2022 | -0,60 | 4,98 |
Agosto/2022 | -0,31 | 4,65 |
Setembro/2022 | -0,32 | 4,32 |
Outubro/2022 | 0,47 | 4,81 |
Novembro/2022 | 0,38 | 5,21 |
Dezembro/2022 | 0,69 | 5,93 |
Em 2021, o INPC encerrou o ano com alta de 10,16%. De janeiro a agosto de 2022, a variação anual do índice é de 4,65%. Confira a tabela do INPC mensal e acumulado dos últimos 20 meses:
Diferença entre INPC e IPCA
A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. A diferença entre o INPC e o IPCA está no uso do termo “amplo”, porque o IPCA engloba uma parcela maior da população – verificando a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 até 40 salários mínimos.
Além de abarcar uma parcela maior da população na pesquisa, como observa Ricardo Balistiero, doutor em economia e coordenador do Curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), o IPCA é utilizado pelo governo federal como o índice oficial de inflação do Brasil. Neste caso, ele serve de referência para formulação de política monetária (metas de inflação e para as alterações na taxa de juros).
INPC e o mercado imobiliário
Apesar de aferir a variação média do custo de vida de determinadas famílias do país, com a disparada do IGP-M nos dois últimos anos (índice comumente usado para contratos de aluguel), o INPC tem sido a alternativa que inquilinos e locatários estão encontrando para o reajuste anual dos contratos de aluguel.
No mercado imobiliário, a Lei do Inquilinato estabelece que o contrato de aluguel pode ser reajustado uma vez ao ano, mas não obriga que ele seja baseado em um índice específico – situação que abre margem para negociações.
INPC e outros índices de preços
O Brasil também conta com outros índices de preços, que medem a inflação, mas por outras perspectivas.
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15)
Funciona como uma prévia do IPCA, diferenciando do índice amplo apenas no período de coleta – que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência;
SINAPI
Mensura a variação de preços e custos para o setor de construção (saneamento básico, infraestrutura e habitação). O índice engloba séries mensais de salários médios de mão de obra e preços de materiais, maquinários e equipamentos e serviços para o setor. É produzido em conjunto pelo IBGE e pela Caixa Econômica Federal;
Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Fipe)
Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, mede a variação do custo de vida das famílias com renda familiar entre 1 e 10 salários mínimos do município de São Paulo;
Índice Geral de Preços (IGP-M)
É formado pela média de três índices diversos que medem os preços por atacado: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), correspondente a 60% do IGP; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do total, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa 10% da composição do IGP. Calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-M coleta informações nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador;
Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1)
Calculado pela FGV, mensura a variação do custo de vida para famílias com renda entre 1 e 2,5 salários-mínimos mensais;
Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR)
Verifica a evolução mensal dos preços de aluguéis residenciais nos municípios de Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, com base em informações de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas do segmento.
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Resumo
O valor do INPC acumulado é 2,59% em 2023.
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