Apartamentos x casas: já tem mais gente morando em edifícios na cidade de São Paulo

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A capital paulista atingiu a marca de 1,38 milhão de apartamentos em 2020. Processo de verticalização teve uma aceleração a partir da década de 50, acompanhando o mercado de trabalho e a distribuição de renda na cidade

03 de junho de 2022

Atualizado: 31 de janeiro de 2024 5 min de leitura
Fachada do Edificio Copan em Sao Paulo

Há mais pessoas morando em prédios do que em casas em São Paulo.

Essa marca foi batida apenas nesta década, quando a cidade atingiu 1,38 milhão de unidades de apartamentos (dados de 2020). A quantidade de casas é um pouco menor, ficando em 1,37 milhão de unidades. Os dados são de um estudo do Centro de Estudos da Metrópole, da Fapesp, que mapeou residências regularizadas na capital.

Segundo Guilherme Minarelli, um dos responsáveis pela pesquisa, ainda que não seja possível quantificar as unidades verticais vazias na cidade, é possível dizer que há mais pessoas habitando prédios em comparação com casas regularizadas, aquelas em ordem com todas as normas da prefeitura.

Esse processo de verticalização começou no final dos anos 1920 e um dos símbolos é o Edifício Martinelli, considerado o primeiro arranha-céu da cidade.

O movimento ganhou força especialmente a partir da década de 1950, na região do centro histórico, onde estava também a maior oferta de serviços e empregos. Por ali, edifícios icônicos foram erguidos: Cícero Prado, Copan e Viadutos, são alguns exemplos.

Fachada do Edificio Viadutos em Sao Paulo
Edifício Viadutos, ícone arquitetônico do centro de São Paulo, começou a ser construído na década de 50, acompanhando o movimento de expansão da região. Foto: Shutterstock

A construção de prédios seguiu caminho pela região da Avenida Paulista, Bela Vista, Itaim Bibi, Pinheiros e, mais recentemente, acompanhando as ofertas do mercado de trabalho, para as proximidades da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Brooklin, zona sul da cidade.

Mapa do ano de construcao dos predios de Sao Paulo
Ano de construção de prédios na cidade de São Paulo: movimento se intensificou a partir da década de 1950 (regiões com cores vermelhas são as de verticalização mais recente)

A idade dos imóveis varia bastante por região. No Centro, por exemplo, há uma predominância de prédios construídos entre 1950 e 1980. Na zona Oeste, os prédios mais antigos estão concentrados no Jardim Paulista e proximidades. As zonas Norte e Sul têm construções mais novas do que velhas, acompanhando a chegada relativamente recente dos postos de trabalho. E na zona Leste, a verticalização começou pela região do Brás e Pari.

Mapa com o ano de construcao dos predios do centro de Sao Paulo
Centro de São Paulo: região concentra os prédios mais antigos da capital paulista
Mapa com ano de construcao dos predios na zona oeste de Sao Paulo
Zona Oeste: verticalização da região começou pelo bairro do Jardim Paulista
Mapa com ano de construcao dos predios na zona leste de Sao Paulo
Zona Leste: prédios mais antigos estão nos bairros do Brás e Pari. No Tatuapé e Carrão, as construções, em maioria, são da década de 2000 em diante
Mapa com o ano de construcao dos predios na zona norte de Sao Paulo
Zona Norte: nas proximidades de Santana estão as construções mais antigas. A área mais verticalmente adensada compreende também os bairros do Tucuruvi e Casa Verde
Mapa com o ano de construcao dos predios na zona sul da Sao Paulo
Zona Sul: na Vila Mariana e proximidades há uma concentração de prédios mais antigos. Na Vila Andrade, a maioria das construções é dos anos 2000 em diante
Mapa animado mostra o crescimento de predios em Sao Paulo
Ano a ano, novas regiões passaram pelo processo de verticalização na cidade de São Paulo

No gráfico abaixo, é possível identificar picos de interesse em algumas regiões com novos lançamentos de imóveis ao longo do tempo:

República era o bairro com maior número de lançamentos na década de 50. Itaim Bibi é o bairro com mais prédios novos desde 2015

Até a década de 1960, os lançamentos de prédios se concentraram na região central de São Paulo. Na década de 70, o mercado imobiliário voltou os olhos para a região da zona Oeste. A partir dos anos 80, a zona Sul também entrou com mais força no radar das incorporadoras. E as zonas Norte e Leste, que tiveram alguns picos nas décadas de 80 e 90, atingiram uma estabilidade a partir dos anos 2000.

Em um ranking dos top 10 bairros por número de imóveis, essa tendência fica bem clara:

Ranking dos bairros por década de lançamento de predios novos em Sao Paulo
Bairros do Centro de São Paulo concentravam maioria dos lançamentos nos anos 50 e 60. A partir da década de 70, ganham força as construções de prédios nas zonas Oeste e Sul

Olhando separadamente para cada região, podemos ter um raio-x da idade dos imóveis por bairros. Mais de 70% dos apartamentos da , no Centro, são anteriores a 1970. Na zona Oeste, Jaguara é o bairro com prédios mais novos, erguidos a partir da década de 90. O Jardim Ângela é o bairro da zona Sul com maior proporção de apartamentos da década de 2010. Na zona Leste, o Brás é o bairro com a maior proporção de apartamentos da década de 50. E na zona Norte, destaque para Perus, com muitos prédios construídos a partir dos anos 2000.

Idade dos predios no centro de Sao paulo
Idade dos imóveis do Centro de São Paulo
Idade dos imoveis na zona oeste de Sao Paulo
Idade dos imóveis da zona Oeste de São Paulo
Idade dos imoveis zona sul de sao paulo
Idade dos imóveis da zona Sul de São Paulo
Idade dos imoveis zona leste de Sao Paulo
Idade dos imóveis da zona Leste de São Paulo
Idade dos imoveis zona norte de Sao Paulo
Idade dos imóveis da zona Norte de São Paulo

LEIA MAIS: Aprenda várias dicas de como economizar água.

Verticalização e mercado de trabalho

Saiba mais sobre a relação entre verticalização e mercado de trabalho em São Paulo assistindo ao minidocumentário abaixo, em que especialistas apresentam e discutem os caminhos e motores desse processo na cidade:

Verticalização urbana: especialistas explicam como São Paulo cresceu para o alto e os desafios para o futuro

Infográficos: colaboração de Rodolfo Almeida

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